Para nós

Agora sou feliz.

Perderam-se. Algures, nas cicatrizes que em tempos se diziam pesares, perderam-se. Os encantos. As vontades. O amor. Perderam-se. Abandonei-os. Abandonaram-me. E os dias ofereceram-se mais quentes. Sob o sossego do espírito. Sob o varrer da dor. Já não te sou tua. Já não te sou nada. Escoei-te de mim. Esqueci-me de ti. Segurei-nos por tanto tempo. Castiguei-me por tantas vezes. E já se me esgotaram os porquês. Mas não se me acabaram os pedidos. Não voltes. Este. O último. Ainda que não me custe, não o quero deixar por te entregar. Este. O último. Sim, não voltes. Jura-me que não voltas. Sim. Jura-me. Jura-me que não voltas. Não quero que conheças o desapego que te ganhei. Não quero que conheças a sinceridade com que te perdi. A ti e a tudo o que ficou de ti. Agora. Agora sou feliz.

… Deixa Ser …

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