Escuta.
Abraça-me. Diz-me que não estou em mim. Escuta. Sim, eu sei. É ténue. Mas escuta. Em suspiro, escuta. Brotaram em mim ruídos indistintos. Sussurram verdades. Talvez dúvidas. Por vezes certezas. Confundem-se nas linhas que te escrevo e apontam-me sentidos contrários. Escuta. Consomem-me. Levam-me para longe. Vestem-me sentimentos tamanhos e não me deixam forma de os evadir. Escuta. Abraça-me. Força. Não queiras procurar ser imperceptível em mim. Devolve-me o foco. Abraça-me e cede-me este amor. Escuta. Está seguramente louco, este bater. Decerto, cansado de te amar. Escuta. Grita por respostas. Desfaz-se em interrogações. Abraça-me! Mentir-te-ia se te dissesse que contigo me sinto bem. Mentir-te-ia se te espelhasse que a distância não te curaria em mim. Mentir-te-ia se me perguntasses porquê e eu dissesse que ainda não se me esgotaram os pretextos. Estou-te inteiramente clara. Escuta. Abraça-me como se estivesses certo de que quando me soltares nunca serei tua para sempre. Escuta. Arranca-me do limiar desta inquietude. Ama-me. Abraça-me. Escuta. Não me deixes partir.
… Deixa Ser …