Há dias…
Há dias em que procuro não me perder. Não me perder em momentos. Não me perder no que já existiu. Não me perder em ti. Há dias em que os dias não têm pontas soltas. Pontas tuas. Pontas nossas. Mas também há dias em que todos os segundos estão preenchidos por ti. Pelo teu peito. Pelas tuas mãos. Pelo teu beijo… Por ti. Há dias em que as minhas certezas já foram mais certas. Em que eu sabia exactamente o que me vinha aqui no peito. Em que todos os sentidos terminavam em ti. Na tua pele. Há dias em que a força dessas certezas se manifesta loucamente. Mas também tenho dias em que tudo isso se desfaz. Em pó. Há dias em que desespero pelo tocar da campainha e no abrir da porta, um abraço teu. Há dias em que a saudade não tem hora marcada nas noites de lua cheia. Nesses dias, o amor esmorece. Enfraquece. Noutros lembra-me o bater do peito. Mas não deixa de ser apenas um lembrar. Há dias em que o caminho já não é claro. E aí eu sei. Sei que se está a extinguir.
… Deixa Ser …