Para quê?
Não deve haver rancor onde já assentou o amor. Para quê? Conhecem-se os cantos mais secretos, os costumes mais tímidos, as gargalhadas mais genuínas. Para quê? Para quê o rancor? Porque dói? Porque já não o sentimos como nosso? Porque que se findou? Amar é das dádivas mais fascinantes que a vida nos dá. Faz-nos ser o que nunca fomos. Faz-nos dizer o que nunca dissemos. Faz-nos únicos. Faz-nos melhores. Para quê o rancor? Não amámos antes? E antes já existia rancor? Então para quê trazer o pior à melhor coisa do mundo? Sorri porque aconteceu. Sorri porque foi-te dada essa possibilidade. A possibilidade de segurar o coração de alguém. A possibilidade de amar o coração de alguém. E isso, isso ninguém te leva. Onde já assentou o amor, assentou uma colectânea de memórias. Uma colectânea de momentos. Que nunca, em momento algum, precisaram desse rancor. Porque nunca, em momento algum, deve haver rancor onde antes, já assentou o amor.
… Deixa Ser …