Sempre que vais, pareces não voltar.
Abraço-te. Abraço-te e receio nesta verdade de que no fundo não me és meu por inteiro. Escapas-me para outros lugares. Escondes-te noutros viveres. E sossegas. Pedes ao tempo que te dê mais tempo, para pisares as tuas próprias pegadas. Sinto-me suspensa. Toda eu, suspensa. Há qualquer coisa que me arrasta para cima e me diz que em momentos, sou pedaços de mim. Sou medo. Estou a perder-te para outro lugar. E o meu maior medo, é perder-te para outro lugar. Segues caminho sozinho e em suspenso fico sem chão. Sem corpo. Sem voz. Ponto. Sempre que me deixo ocupar pelo medo, sei-nos ponto. Somos ponto. Sem extensões, nem complementos. Sem amanhã, nem depois. Neste abraço, sob a tua força, sinto amor. Funde-se todo o amor que te corre nas veias e concedes-me, força. E no ímpeto desejo de abandonar os medos, vejo-nos ponto … e vírgula. Porque em breve, estás aqui. Porque os dias que vivemos até este teu abraço, não chegam para tudo isto ainda temos para contar… Volta rápido. Sim, rápido… E leva-me esta dor que se me habita no peito.
… Deixa Ser …