Sobre desocupar o coração. Ou não.
Tenho o coração ocupado. Já faz tempo que não me deixava chegar. Sem saber porquê, nunca o consegui contrariar. Estava ocupado e não me dizia nada. Nunca tive um coração preenchido que batesse tão baixinho. Um bater ténue. Suave. Quase que imperceptível.
Foi preciso encontrá-lo.
E num reparo. Num suster da respiração. Percebo que durante todo este tempo, não se deixava ocupar por estar já indisponível. Esteve sempre ocupado. No silêncio de quem não se quer deixar conhecer.
O silêncio protege-nos. E talvez por isso, está ocupado e não ocupa nenhum lugar.
Não é correspondido. Mas também não se deixa denunciar.
Tenho um coração pequenino, preenchido, em cada canto, num bater quase omisso, que não se deixa mostrar.
E agora ?
… Deixa Ser …