Tu. Eu. E esse alguém que nos juntou.
Acredito num mundo onde todos nós somos feitos por um alguém. Alguém que te desenha, te escreve, te encaminha e te deixa voar. Alguém que te cria na certeza de que segues caminho, incompleto. Tu e outro. Em casas diferentes. Acredito num mundo onde dás os primeiros passos em parte, nu. Porque te faltam pedaços. Ou retalhos de alguém. Não esse. Outro. Acredito num mundo onde um alguém concebe outros dois, sabendo que ambos precisam um do outro. Assim. Exactamente assim. Um lugar onde a ti, não te dão tudo. Mas dão-te alguém que algures um dia te completa por inteiro. Na plenitude de um amor maior. Eu, nasci nesse mundo. Esculpida pela metade. Certa de que meio corpo meu se encontrava igualmente despido, sem mim. Por aí. Acordei um dia vazia de ti. Todos os meus pedaços em branco chamavam pelo dia em que te inteiravas em mim. Na casa dos dois. Acredito num mundo onde existe esse alguém que sabe isto desde o primeiro dia – somos a perfeita metade um do outro – Eu, tua. Tu, meu. Até ao último suspiro dos dois. Mesmo que essa viagem, a que nos trouxe ao encontro um outro, leve uma vida inteira de dissabores, amanhã, já será dia de te ter nos meus braços.
Cai a noite na minha janela. Hoje adormeço feliz. Tenho-te. Temo-nos. Tu. Eu. E esse alguém que nos juntou.
… Deixa Ser …