Perto. Juntos. Nosso.
Sei-te longe sempre que nos silenciamos a dois. Nunca sonhamos num mesmo sentido. Tu viajas por esse mundo fora, eu caminho pelo que te sinto adentro. Sem que por segundos se cruzem os lugares dos dois. Suspiramos por esses dias e regressamos a nós. Não nos damos conta mas … escondemos sempre os rostos. Como que o outro, só pelo olhar, pudesse saber o que nos vai em mente e no instante seguinte nos condenasse os sonhos. Que a tanto segredo guardamos em nós. Tenho medo, pensamos. Que o futuro nos leve para longe de nós e no amanhã fique o que foi do dois. Tenho medo, sussurramos. Por sabermos que esse espaço não nos promete um regresso, nem tão pouco uma vida a dois. Seguras-me … e é então que te olho. Vejo nos teus olhos exactamente o mesmo que temo por nós.
Agora volta a cessar o olhar.
Crê no que te digo, imagina as nossas escolhas feitas.
Amanhã já é dia de acordar no mundo de cada um. Tu, nessa cidade coberta de sonhos. Eu, neste lugar tão cheio de mim.
Agora por favor… Acorda…
Preciso-te! Cuida-me a dor que me acende no peito. Não deixes que a saudade me procure o olhar. Tenho medo, grito! Medo que não tenhamos todos os dias para nos apaixonarmos de novo um pelo outro. Medo que o mundo nos ofereça tanto que deixamos de ver que em nós ainda há amor. Medo que nessas escolhas nos esqueçamos de incluir a palavra “perto”.
Não te quero saber longe. Nem mesmo no silêncio dos nossos dois olhares adormecidos.
Acorda! Não aguento viver num mundo onde não há espaço para nós. “Juntos”.
Juntos.
Se ainda assim for tempo de ires, que o recordes para sempre:
… Nosso …
… Deixa Ser …