Para nós

Tenho-te.

Guardo o teu nome cravado em todas as esquinas da vida. Tenho-te, desde que nos comprovámos esculturas um do outro. Quando concebíamos emoções desmedidas. Sem ponderações mútuas. Sem arrependimentos prematuros. Quando nos fizemos corpo e se firmou em nós esta pertença, senti-nos completamente arrastados para uma condição maior. Sem que nos conferissem tempo para arrumar sensações. Eras-me o mundo. Cegámo-nos aos dois. Convertemo-nos. E assentimo-nos partes conjuntas. Fazias parte de mim. Fazes parte de mim. Ainda que já não te cuide. Mesmo ciente que deixei de o sentir. Fazes parte de mim. Tu e todas as pequenas coisas que trouxeste para me ultimar. E que me fizeram outra. Como que atravessada por uma forte corrente de ar. Um sopro. O sopro. Ficam os teus carimbos. Que soltaram a dor, mas nunca se deixam esquecer. Porque sim. Porque seremos sempre pedaços de todos aqueles com quem partilhámos o céu. Ou amor.

 

… Deixa Ser …

 

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