Conheci-te. Agora sim.
Conheço-me como quem mede todos os riscos ao milímetro. Nunca me deixo seguir por caminhos incertos. Estou certa, de que tudo seria mais simples se um dia ao desconhecido me deixasse entregar. Conheci-te. E nessa insegurança de nada saber, consenti que o tempo decidisse por mim. Deixei-te chegar. Num jeito teu que me convidou a sentar. Foste tudo o que desenhaste ser. Muito do que desejei sentir. E todas as partes que juntámos a dois se cimentaram numa verdade que geraste sobre o vento. Todos sabemos que o vento não fica. Olho para mim, nesse exacto dia, onde percebo que tudo o que eras, apenas dizias ser e entendo o desespero que se fazia sentir. Por muito que o tentes segurar, o vento não fica. Ergueste em ti, uma infinidade de particularidades, que de certo saberias, que me faziam feliz. Eras tudo aquilo que um dia ansiava encontrar. Por entre ventos e tempestades, nunca larguei a esperança de que essa hora me havia de chegar. Sorri, todos os dias sob a graça de te ter. E nunca, por um segundo, duvidei da verdade que me geraste no peito. Num sopro, voltei a ver. O vento levou toda a poeira que te cobria o rosto. Toda a realidade da tua índole. Todos os traços que te encobriam o ser. Todo o amor que nunca existiu. Conheci-te. Agora sim. E nessa insegurança de nada saber, escolho seguir os pontos de luz. Todos sabemos que o vento não fica. Nem mesmo tudo aquilo que com ele se inscreve.
… Deixa Ser …