E todas as estrelas caíram dos céus.
Entreguei-te um corpo em branco. Completamente limpo de aventuras. Sem passados, nem memórias. Sem saudade, nem histórias. Pronto, para ti. Nessa noite, no dia em que me tornaste tua, todas as estrelas nos sorriram sem que soubéssemos o que tinham para nos dizer. Fizemos do mundo um lugar desabitado. E tudo o que dele restava era esse amor que nos fazíamos sentir. Quero-te aqui. Deitado a meu lado. (Preciso de reaprender a dormir sozinha.) Num segundo éramos do mundo. No outro éramos de dois. Dois mundos distintos. Dois caminhos desprendidos. Duas vidas divididas. Um amor ferido. Quero beijar-te como se não houvesse amanhã. (Preciso de reaprender a cuidar da secura dos lábios.) O brilho que carregavas nos olhos em cada noite de amor. O amor que me fazias sentir dentro de ti. O amor que dizias sentir dentro de mim. Deixou-se perder. Para onde foi o amor das tuas cartas de amor? Para onde foi o amor que cresceu dentro de ti? Para onde lançaste tudo o que sentias de mim? Quero voltar ao dia em que nos abandonaste. (Preciso de reaprender a caminhar sozinha.) Dói. A forma com que te despediste de tudo faz-me crer que nada disso existiu em ti. Nada disso desaparece assim. Assusta-me. Esse de repente em que deixaste de sentir. A frieza com que te desapegas. Quero chorar dentro do teu abraço. (Preciso de reaprender a chorar sozinha.)
E todas as estrelas caíram dos céus.
… Deixa Ser …