Por inteira só serei tua.
Quando fizeram o mundo entregaram-nos ao tempo. Assim, sem certezas de que o amanhã se sucedia. Fizeram-nos corpo, retidos nos primeiros traços de um caminho incomensurável. Seguimos. A medo. Sem medos. Sobre os indícios daqueles que antes haviam passado por aqui. A medo. Parei. Senti-me como que trespassada pelo que não consegui segurar. Assim, sem tempo para o reconhecer. Sem meios para o conservar. Caí. Nesse vazio infindável, que nos priva do mundo e nos devolve sem chão. Caí. Na amargura de um desamor. Onde os pesares nos embaraçam o passo e o amanhã trata de esgotar a dor. Segui. Certa de que não pertencia a tão tenebroso lugar, sem que me deixasse entregar em pleno. Porque existo cravada na verdade de que por inteira, só serei tua. Sim, desde que nos tropeçámos um no outro e me desnudaram tamanha verdade. Sim, é em ti que me quero possuir, mesmo sabendo que o amanhã nos pode não vir. Quando fizeram o mundo semearam em mim detalhes distintos. Gerou-se comigo este apreço pelo amor. Existe-me. Habita-me. Desperta-me. Sem dor. Quando fizeram o mundo juraram que um dia me havias de escrever. Guardo as linhas do meu corpo em branco para que assim se deixe acontecer. Tu. Eu. Nesse abraço dos dois.
… Deixa Ser …
2 Comentários
Jona
I have been browsing on-line greater than 3 hours lately, yet I never found any fascinating article like yours.
It is lovely price enough for me. In my view, if all web owners and bloggers made excellent content material as
you probably did, the web shall be much more useful
than ever before. http://www.yahoo.net
Deixa Ser
It means the world to me !!