Até já, querida Tia…
Somos uma família muito grande. Grande mesmo. De mesa cheia. De abraços apertados. Somos uma família mesmo grande.
Éramos maiores. Quando te tínhamos. De gargalhada feita. De palermices escondidas. Éramos bem maiores, quanto te tínhamos. Havia sempre espaço para mais um na mesa e mesmo que os braços não chegassem para um abraço infinito, ríamos juntas! Falávamos de voltar a ginasticar. E de como tinhas escolhido a tua especialidade. Tinhas a porta sempre aberta para consultas de meia noite. Ou conversas de meia noite. Ajudaste muitos. Ajudaste-nos muito. Sempre à janela, de bem com a vida. Em paz com a dor.
Hoje é um dia menos feliz. Hoje, ontem e para sempre. Porque éramos grandes. E hoje somos um bocadinho menos.
Querida Tia, não me esqueço da tua voz inconfundível. Inigualável. Lado a lado com uma gargalhada de boca bem aberta.
E que sejas assim feliz. Onde queres que estejas. Com quem quer que estejas. Feliz.
Um beijo de saudade. Imensa