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Com tudo por viver.
Desistir de ti é ter a certeza de que a minha ausência não te custa. É olhar para ti e ver o mesmo que ontem. Um deambular sem nada para contar. É isto que anuncias. É isto que denuncias. Um não retorno sem conclusões. Uma não resposta às minhas inquietações. E é isto que acontece quando nada continua. Porque nada fizemos por continuar. Desistir de ti é voltar a ver. É um ligeiro levantar da cabeça seguido de um primeiro passo, despovoado. Um des-sentir. De uma subtileza contínua. Desistir de ti é abandonar-te sem que dês por isso. Um escorregar dos lençóis, sob a cor do luar na janela, que…
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Teacher perceived difficulty in implementing differentiated instructional strategies in primary school – Sergio Gaitas e Margarida Alves Martins
“É impossível ser-se professor, porque ou estamos na acção ou estamos na reflexão” Freud Quis começar com esta frase porque depois da leitura extensa que fiz sobre este tema é isto que me salta à vista como a maior dificuldade dos professores. Ser professor é a maior dificuldade dos professores. Porque um professor tem que ser esta constante “dança” entre estes dois pontos: a acção e a reflexão. Não pode existir uma acção sem que se reflicta sobre ela, mas também não pode existir uma reflexão sem que, depois se espelhe o seu fruto, na acção do professor. Ser professor não é tarefa fácil, porque o professor é requerido…
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A Maria Faz 2 Anos!
Vamos falar sobre este amor? A Maria veio completar-nos sem sabermos que estávamos incompletos. Veio trazer esta dose extra de amor que a nossa família procurava sem se dar conta. É um doce acordar de um amanhã desconhecido, que nos enche o peito e nos faz embevecidos. É uma canção de embalar que dá a volta a um dia menos bom. É um abraço profundo. É um gritar dos nossos nomes todos juntos. É tudo aquilo que nos faltava no colo. É quem nos ensina a sorrir. É o completar mais completo. O terminar mais bonito. E o começar de uma grande e bonita nova história de amor. Parabéns Maria!…
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Pedro e Inês – António Ferreira
Entre a doçura das palavras de dor de Pedro, somos convidados a assistir a uma história de amor. Que como todas, não acaba bem. Pedro encontra-se mergulhado no seu sofrimento, como se de si, apenas o corpo restasse. O corpo e as memórias, que nele perduram. Este filme é-nos apresentado em três tempos, porque na verdade os desgostos de amor são de todas as épocas. De qualquer um. E esse é o propósito desta ideia. Mostrar o quão actual e futura é esta história de amor. Somos emaranhados nas palavras de Rosa Lobato Faria, adaptadas agora ao grande ecrã, desde o segundo em que Pedro abre os olhos e a…
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Quando deixamos de viver
Não pensei voltar a sentir um amor impossível. Destes que nos cortam a respiração duas vezes. Uma, quando nos chegam. Duas, quando não os podemos sentir. Mas sentimos. Numa troca de olhares, num cruzar de cheiros, num tocar dos dedos. E arrasa-nos. Despenteia-nos. Consome-nos, por completo. Por dentro. Por fora. Porque sentimos e não podemos sentir. Não pensei voltar a sentir um amor impossível. Olhar para ti e não saber gerir o que me vai cá dentro. Conter o que me vai no peito. Sem parecer perdida. Descontrolada. Por sentir e não poder sentir. É este o aspecto que temos quando amamos e não podemos amar. Como se um raio…
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Os 5 do Martim
És talvez o mais diferente dos quatro. O mais desapegado. O mais aventureiro. O mais desafiador. O mais elástico (se é que me entendem). És, dos quatro, talvez o que me procura menos, mas que inesperadamente, me abraça as costas com toda a sua força. És todo um mundo de histórias num só passeio de cinco minutos. E todo um mundo de traquinices nesse mesmo tempo. És difícil nas tuas vontades, mas um doce à tua maneira. Parabéns Tini, que de pequenino já tens pouco… feliz quinto aniversário 💕 que nos continues a surpreender, a encantar, a deliciar, a desafiar e a amar 💕
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Voltei a respirar
De saber que o acaso nos trouxe, sem que lhe mostrássemos tenções de nos conhecer. Ofereceu-nos noites de lua cheia e pediu que nos apresentássemos. Sem impedimentos. Ou mesmo com todos eles. Sentámo-nos. Sorri. Senti-me atravessada no segundo em que cruzámos os rostos. Voltei a sorrir e alguém te chamou. Perdi o desembaraço. A timidez subia-me pelo corpo acima e evitei olhar-te uma segunda vez. Ou todas as vezes, na verdade. Não sabia se queria reconhecer o que se estava a fazer sentir em mim. Talvez não estivesse preparada para receber tudo isto. Ou melhor. Deixar crescer tudo isto. — Guardei-te em mim. Nesse lugar tão fundo que não nos…
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Até já, querida Tia…
Somos uma família muito grande. Grande mesmo. De mesa cheia. De abraços apertados. Somos uma família mesmo grande. Éramos maiores. Quando te tínhamos. De gargalhada feita. De palermices escondidas. Éramos bem maiores, quanto te tínhamos. Havia sempre espaço para mais um na mesa e mesmo que os braços não chegassem para um abraço infinito, ríamos juntas! Falávamos de voltar a ginasticar. E de como tinhas escolhido a tua especialidade. Tinhas a porta sempre aberta para consultas de meia noite. Ou conversas de meia noite. Ajudaste muitos. Ajudaste-nos muito. Sempre à janela, de bem com a vida. Em paz com a dor. Hoje é um dia menos feliz. Hoje, ontem e para sempre.…
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Leviano – Justin Amorim
Tudo pronto? Acção! O filme começa e apresentam-nos a família Paixão. Mãe e três filhas. Anita, Adelaide, Júlia e Carolina, Paixão. E cada uma espelha paixões diferentes. Vive, por paixões diferentes. O filme começa e nada sabemos sobre alguma delas. Mas quando termina, também não. Sabemos o que as une. Sabemos o que as separa. Sabemos que vivem sobre essa linha ténue entre o amor e o ódio. E não sabemos mais. Ou talvez saibamos. Antes. Ou até depois. Conhecemos a sua história e o que as levou até aquele dia, por intermédio de pequenos episódios, que nos vão chegando em analepses. Simpatizamos com alguns traços de personalidade, outros, nem…
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Cassiopeia – Miguel Graça
Miguel Graça envolve-nos, a cada texto, num constante diálogo de dualidades, coberto de segredos e incertezas. Esta sua peça foi o espelho de mais um brilhante texto, cheio de… Quantos já se amaram aqui? E quantos já deixaram de o fazer ? Traz-nos tantas dúvidas quanto certezas. Traça tantos caminhos, como descaminhos. Faz-nos deduzir uma série de relações e depois rouba-nos tudo. Num segundo eram amantes, no outro, irmãos. Num segundo era amor. No outro, dor. E somos capazes de inferir tudo isto, acreditando em todos os cenários que as personagens constroem e nos fazem crer que estamos certos. E apenas existia um sofá, 55 plantas e dois bancos. 55…