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Porque assim faltas-me menos
És tudo na minha vida. Oiço-te segredar-me ao ouvido, por entre lençóis e abraços apertados enquanto nos seguramos a nu. Recomeças-me. Concertas-me. Existo desarrumada quando não estás. Porque tudo no mundo me esgota quando não estás. Acordei. No ímpeto desejo de te ter, entregue a mim… Num abraço dos dois. Num aconchego nosso.. Procurei-te à janela e não resisti a contar-te o que vi… Acreditas que a noite se prometeu esconder até que em mim se sinta o teu perfume de volta? Meu meio corpo, como te sinto falta… Todas as luzes decidiram dormir. A cidade pernoita calada em si. Só se faz ouvir o que me vai aqui… Do lado esquerdo do peito……
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Sem porque sim nem porque assim.
Esta noite escrevi tudo o que sinto por ti. Já se faziam frases inteiras e ainda havia tanto por dizer. As palavras não se me esgotavam, as linhas faziam-se acontecer. Céu-te. Foi assim que começou, o céu inteiro dentro de mim. Talvez seja desta que o que te escrevo se deixa encadernar e depois publico-o. Na verdade só preciso de um exemplar para que a tua caixa de correio sorria pela primeira vez. Areio-te. Sempre que os nossos corpos se respiram em noites de lua cheia e no silêncio dos nossos gemidos, se ouve o mar. Sim, sobre esse areal que nos disse que era amor. Todas as palavras do…
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Até já, meu amor
Soube o quanto te sinto, quando no calor dos teus lençóis, sob o aconchego desses teus braços, verti a primeira lágrima. Na certeza de que mais logo, já não estarias ali. Na certeza de que amanhã, já não estarias aqui. Abracei-te. Respirei-te. Porque te amo e não me quero sem ti. Nem por dez dias. Nem por dez segundos. Mesmo que as nossas outras vidas o queiram assim. Sei o quanto te sinto sempre que nos entrelaçamos as mãos. A cada aperto. Tão … meu. A cada beijo, tão … nosso. E me entregas esse teu amor por inteiro, assim. Num poema de palavras loucas, onde os sentimentos se deixam…
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Sinto.
Há um desassossego que carregas em ti, que me leva de encontro ao teu abraço desde que te destinaste inteiro em mim. Já as estrelas nos sorriam sem que soubéssemos o que tinham para nos confessar. Já era tanto o que te sinto que não tinha mais por onde o segurar. Aquela noite fez-se perfeita. Como todos os beijos. A começar na tua pele, a terminar no meu perfume. Aquela noite fez-se nossa. Da voz ressoavam os quereres. De mim, os saberes. Sei-te no peito, nos lábios. Sei-te metade de mim. Naquela noite soube, o que é amar-te a ti. Não que o não soubesse desde esse primeiro dia que te vi. Mas…
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Em todos os dias do resto da nossa vida
Este amor que te guardo leva-me em pensamentos para aquele primeiro dia de uma enorme partilha diária. Este amor que te guardo… Que é tão meu e tão nosso, leva-me sempre até ti. Até ao momento em que será definitivamente certo que eu acordarei para o resto da minha vida sobre o teu peito. Sim, meu amor. Acordei nessa manhã e de mim só se faziam sorrisos. Senti-te o perfume que me fez apaixonar por ti, subi o rosto, aproximei-me, cheirei-te… Hmmm… esse cheiro… Não resisti. Beijei-te o pescoço e segui em direcção a ti. Esses teus lábios são tentadores…. Não me deixam que não os cumprimente a cada sorriso…
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Já te disse que te amo, hoje?
Procurei levar-te onde nos escoássemos do mundo. Para que não nos interrompessem os ruídos. Para que não nos descuidassem os murmúrios. E só se fizesse ouvir isto. Que nos incita ao abraço um do outro. E nos faz demorar, ali. Ali demorei-me em ti. Aquando interrompíamos o tempo e nos certificávamos de que o amanhã não se fazia tão cedo. Para que os segundos se permitissem tardar. E um beijo nosso se revelasse sem fim. Ali, demorei-me em ti. No sossego dessa noite amena sob um manto de emoções tão doces.. Ali, meu amor, demorei-me em ti. Entregue a uma combinação única de duas respirações trémulas que se fazem sentir sempre…
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Quando de repente não te sei explicar…
Deixa-se sentir logo pela manhã. Chega-me, como quem chama por mim. Inscreve-se. Em todos os detalhes matinais e assenta-me, como que feito para mim. Sim… deixa se sentir logo pela manhã. Num arrepio prazeroso. Sem que precise que o lembre que as manhãs são a hora perfeita para me sussurrar ao ouvido, tudo aquilo que sinto por ti. Veste-me, e faz por me não o soltar o resto do dia. Na certeza de que se estende por todos os cantos e traços da pele, que há em mim. Inteira-me. Sem resistências. Derrama-se. Por todos os lugares onde se faz proferir. E deixa… de caber em mim. Cresce. Até que se me esgotem as palavras que…
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Por inteira só serei tua.
Quando fizeram o mundo entregaram-nos ao tempo. Assim, sem certezas de que o amanhã se sucedia. Fizeram-nos corpo, retidos nos primeiros traços de um caminho incomensurável. Seguimos. A medo. Sem medos. Sobre os indícios daqueles que antes haviam passado por aqui. A medo. Parei. Senti-me como que trespassada pelo que não consegui segurar. Assim, sem tempo para o reconhecer. Sem meios para o conservar. Caí. Nesse vazio infindável, que nos priva do mundo e nos devolve sem chão. Caí. Na amargura de um desamor. Onde os pesares nos embaraçam o passo e o amanhã trata de esgotar a dor. Segui. Certa de que não pertencia a tão tenebroso lugar, sem que me deixasse…
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Segura-me
Nunca permitas que o teu abraço me deixe cair. Segura-me. A nós. Que existimos reféns desse beijo intérmino. Segura-nos. Deixa que o meu rosto te crave o peito, certo de que nos somos um só. Ouve-nos. Ocupa-se dos nossos suspiros sem que nos pergunte se nos queremos deixar possuir. Cresce. A cada toque. Sem receio de que se faça efêmero, porque sabemos que quando nos chega, não se deixa evadir. Cresce. Sempre que me olhas assim. Funda-nos raízes. Certezas de que nos queremos com todos os pormenores e pontos de exclamação. Completamente entregues à verdade um do outro. Estou tão certa de que todos os nossos acordar de amanhã serão…
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Sim!
Se a razão explicasse o porquê deste meu sorriso sem motivo, as palavras não chegavam para te entregar essa verdade em pleno. Sim. O coração acelerou quando de repente, se fez um momento em que de alguma forma te senti mais perto de mim. E a sintonia entre os nossos batimentos cardíacos resultou num sossego reboliço. Um descontrolo de emoções. Sim. Já o tinha concebido em mente, no silêncio das nossas respirações. Certa de que nunca seria como o antevia ser. Segura de que o ia gostar. Porque o queria há muito tempo. Sim. Sinto e ressinto esse inesperado primeiro beijo. Que nos levou de arrasto para todos os lugares do mundo, condenado…